Tratamento de Hiperplasia Benigna da Próstata
- Dr. José David Kartabil
- 9 de set. de 2020
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Atualmente o tratamento da Hipertrofia benigna de próstata é baseado no tratamento medicamentoso e em procedimentos cirúrgicos.
Um dos grandes problemas de usar medicamentos além do tempo prolongado, com efeitos colaterais ainda desconhecidos e o risco da bexiga descompensar levando a deterioração do detrusor (músculo da bexiga) pela deposição de colágeno na sua estrutura. Desta maneira, ela vai se deteriorando lentamente e por vezes de maneira irreversível.
Os medicamentos melhoram pouco a pressão do fluxo urinário. Esse homens já estão tão sintomáticos que a pequena melhora já parece ser melhora muito importante. Estes pacientes avaliados por exame endoscópico mostram bexiga com trabeculação muscular, pelo ultrassom revelam uma hipertrofia do detrussor, uma bexiga de esforço, com resíduo miccional elevado, isso é decorrente do tempo prolongado de micção obstruída e do envelhecimento vesical.
Existem vários tipos de cirurgias que são usadas para desobstruir a próstata. Atualmente o procedimentos é realizado através da ressecção transuretral da próstata (RTU), até hoje considerada o padrão ouro ou uma cirurgia aberta. Geralmente, a indicação da cirurgia é baseada no seu tamanho da próstata, comorbidades do paciente, estrutura hospitalar (fontes de energia, cti, etc.), Essas cirurgias estão disponíveis na maioria dos hospitais brasileiros.
Uma nova tecnologia, nesse arsenal terapêutico, foi a desenvolvimento do Laser, no tratamento da Hipertrofia Prostática Benigna.
O HoLEP foi desenvolvido na década de 1990 como uma cirurgia mais eficaz e potencialmente menos dispendiosa para a obstrução urinária devido à HPB, em comparação com outras opções cirúrgicas, como vaporização a laser e ressecção transuretral da próstata.
O HoLEP é considerado o tratamento padrão ouro para próstata maiores que 80 gramas. Ambas sociedades, americana e europeia de urologia apontam como nível de evidência 1b.
O laser de holmium é um laser cirúrgico que se mostrou particularmente eficaz na realização de vários tipos de cirurgias urológicas. No caso do HoLEP, o laser é usado para cortar e remover o tecido volumoso da próstata que está bloqueando o fluxo de urina.
Assim, o HoLEP, a cirurgia da próstata à laser, ganha ampla popularidade como a mais moderna cirurgia de HPB. O HoLEP remove a próstata através da uretra (enucleação). Esta cirurgia é eficaz para qualquer volume da próstata.
Nas cirurgias de HPB o que se remove é o adenoma, ou seja um tumor de crescimento benigno da próstata. A zona periférica, onde ocorre mais de 75% das neoplasias de próstata não é removida. Portanto, estes pacientes devem ser seguidos pelo risco de câncer de próstata que aumenta com o envelhecimento.
O procedimento demonstrou ter resultados superiores a curto e longo prazo comparando a RTU da próstata e prostatectomia suprapúbica.
Os benefícios do HoLEP incluem:
• a remoção completa do adenoma (HPB), permitindo analisar o tecido prostático por anatomopatológico. Pode ser encontrado prostatite crônica e câncer de próstata.
• Rara obstrução da sonda por coágulos. Esta situação gera muito desconforto e dor no pós-operatório.
• A taxa de retratamento é de 1% em 10 anos.
• falta de incisão cirúrgica.
• Nenhum efeito na ereção, com alguma melhora em alguns pacientes.
• possibilidade de tratar a estenose uretral (estreitamento uretral) e cálculo vesical no mesmo tempo da enucleação da próstata
• Além disso, HoLEP pode ser realizado em próstatas de qualquer tamanho.
O risco de complicações é menor do que outros procedimentos. O principal motivo é que o laser de holmium causa pouco dano ao tecido saudável da próstata, e apresenta um risco muito baixo de transfusão sanguínea.
A incontinência urinária transitória é comum. Contudo, a incontinência após o primeiro ano do procedimento ocorre em aproximadamente 1% dos pacientes. Se a próstata for maior que 100 gramas, a incontinência por estresse ocorre em cerca de 10%. Geralmente desaparece em seis semanas.
Novas técnicas do HoLEP estão minimizando esta ocorrência e a maioria dos pacientes ficam continentes desde a remoção da sonda. Nesta técnica, o cirurgião libera o esfíncter (músculo que prende a urina) na fase inicial da enucleação da próstata.
Entre os efeitos colaterais estão a ejaculação retrógrada, que ocorre em 75% dos casos. Porém, a função erétil pode melhorar após o HoLEP em alguns casos. Entretanto, cerca de 5% dos pacientes podem evoluir com estenose uretral.
Os ensaios clínicos comparando o “padrão ouro” da RTU de próstata mostram consistentemente vantagens para o HoLEP, como:
• Menor sangramento,
• Menos transfusão de sangue,
• Menos dor no pós-operatório,
• Menor tempo com sonda após a cirurgia e menor tempo de internação hospitalar. Assim, 90% dos homens tratados com HoLEP saem do hospital sem sonda no dia seguinte.
• Meta-análises sugerem que HoLEP alivia os sintomas e melhora o fluxo urinário de forma mais eficaz que outros procedimentos. A média da melhora do escore de sintomas após HoLEP é de 70-80%. Além disso, a melhora na taxa de fluxo é de até 600%.