Ejaculação Precoce
- Dr. José David Kartabil
- 24 de ago. de 2018
- 3 min de leitura
A ejaculação precoce (EP), é o problema sexual mais comum em homens, afetando em torno de 30%, é um sintoma e não propriamente uma doença. É caracterizada pelo déficit do controle voluntário sobre a ejaculação. Hoje nós urologistas não definimos ejaculação precoce em relação ao tempo de penetração e ejaculação, mas sim o déficit do controle sobre a ejaculação, interferindo no bem-estar sexual ou emocional de um ou ambos os parceiros.

A EP é um problema comportamental na maioria dos casos, envolvendo um nível de ansiedade elevado, mas também pode ter causas orgânicas (ou físicas) como: prostatite, alterações relacionadas com a serotonina (hormônio que regula o humor, sono, entre outras funções) ou hipersensibilidade da glande.
O diagnóstico da ejaculação precoce é eminentemente clínico, ou seja, ele é feito por meio do relato do paciente, detalhando desde quando iniciou e como evoluiu, além do exame físico e, se necessário, algum exame complementar (dosagem hormonal).
A EP pode ser classificada em:
a) Primária: ocorre desde a primeira relação sexual;
b) Secundária: ocorre quando já houve previamente um período de tempo sem ejaculação precoce;
c) Ocasional ou situacional: ocorre às vezes ou com determinadas parceiras;
Muitas vezes o paciente com EP possui um perfil psicológico de ansiedade. Neste sentido, praticar atividades que aliviem o estresse e conversar com sua parceira sobre o problema podem ser úteis do ponto de vista emocional. A ajuda de um terapeuta sexual pode proporcionar excelentes resultados, inclusive a cura do problema.
Outro fator importante é o desconhecimento sobre o orgasmo feminino, erroneamente acreditam que têm que fazer a mulher chegar ao orgasmo (o homem pode colaborar ou dificultar, fazer nunca).
A verdade é que ansiedade e sexo não se atraem. As consequências vão muito além das decepções nos lençóis, resultam em depressão, stress, perda de qualidade de vida e influência e insegurança no trabalho.
O tratamento da EP é realizado basicamente por meio de psicoterapia sexual (podendo ser do tipo comportamental) e de farmacoterapia. Os medicamentos antidepressivos e os analgésicos de ação sistêmica ou local têm sido empregados com bons índices de sucesso e, quando existe disfunção erétil (impotência) associada, os inibidores da fosfodiesterase do tipo-5 podem ser igualmente utilizados. Há uma tendência de se utilizar a combinação de psicoterapia sexual e farmacoterapia, visando melhores resultados.
Abaixo cito alguns mitos do orgasmo feminino, que aumentam a ansiedade e as frustrações masculinas:
Mito: Toda relação tem que ser orgástica
Realidade: Toda relação deve ser prazerosa, podendo ser ou não orgástica. Prazer não é sinônimo de orgasmo.
Mito: Para se ter orgasmo, basta querer.
Realidade: O orgasmo não vem quando se quer, pois não se submete ao nosso controle. Ele simplesmente acontece.
Mito: Existem dois tipos de orgasmo: um clitoriano e outro vaginal.
Realidade: O orgasmo é um só. O clitóris funciona como um gatilho, depois a sensação se difunde para a plataforma orgástica, resultando nas contrações vaginais. Podemos falar em um orgasmo que acontece através do coito e não em orgasmo vaginal
Mito: A mulher deve chegar ao orgasmo durante o coito, pois só através da penetração é possível lográ-lo.
Realidade: Chega-se ao orgasmo da maneira que se pode. A maioria das mulheres que têm orgasmo o obtém através de estímulo direto (manual oral ou vibrador) do clitóris. Somente 20% das mulheres obtêm orgasmo coitais, ou seja, estimulação indireta do clitóris, e nem por isso são mais livres ou melhores.
Mito: O orgasmo tem que ser simultâneo.
Realidade: Em geral, as mulheres demoram mais a se excitar do que os homens, tanto por sua condição anatômica (a vasocongestão demora mais tempo devido ao tamanho da pelve) quanto pela história de repressão a que foi submetida durante séculos. Por isso, é difícil chegarem juntos ao orgasmo.
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