Câncer de Próstata
- Dr. José David Kartabil

- 25 de abr. de 2019
- 3 min de leitura

O câncer da próstata é o segundo tipo de câncer entre os homens, perdendo apenas para o câncer de pele, não-melanoma, e a segunda causa de mortalidade relacionada a câncer. No Brasil, todos os anos, cerca de 68.000 homens são diagnosticados com câncer da próstata, segundo dados do INCA e com mais de 14 mil mortes/ano.
O câncer da próstata desenvolve-se quando as células da glândula da próstata começam a se multiplicar e crescer descontroladamente. Algumas estatísticas relatam, que no Brasil há 1 diagnóstico a cada 7 minutos e 1 óbito a cada 40 minutos, 25% morrem devido ao câncer, além de 20% dos tumores são diagnosticados em fase avançadas. Quando o câncer de próstata apresenta sintomas 95% já estão em fases adiantadas, já nos diagnóstico precoces temos uma chance gira em torno de 90%.
Na maioria dos casos esse é um processo de crescimento lento e o homem não percebe a sua evolução, pois ele pode nunca ocasionar um sintoma.
O câncer de próstata atinge principalmente homens a partir de 50 anos de idade. Pessoas mais jovens também podem ser afetadas, mas são casos raros. O risco de desenvolver câncer de próstata aumenta com a idade. Mas o histórico familiar é importante. Se um parente próximo (pai ou irmão) tem câncer, aumenta em 2 vezes a chance de ter câncer de próstata, e se tiver 2 parentes de primeiro grau, a chance aumenta até 6 vezes maior, sendo necessária maior atenção e controle. Os riscos aumentam ainda mais caso um parente próximo tenha sido diagnosticado com câncer com idade inferior a 60 anos. Raça negra, Obesidade, Hábitos alimentares são outros fatores que influenciam no desenvolvimento do câncer de próstata. Fatores ambientais como exposições a aminas aromáticas (comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio) arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas estão associadas ao câncer de próstata.
O câncer da próstata pode ser identificado com a combinação de dois exames:
• Dosagem de PSA: exame de sangue que avalia a quantidade do antígeno prostático específico
• Toque retal: como a glândula fica em frente ao reto, o exame permite palpar a próstata e perceber se há nódulos (caroços) ou tecidos endurecidos (possível estágio inicial da doença).
Na maioria dos homens, o nível de PSA costuma permanecer abaixo de 4 ng/ml. Alguns pacientes com nível normal de PSA podem ter um tumor maligno, que pode até ser mais agressivo, por isso esse exame, feito de forma isolada, não pode ser a única forma de diagnóstico.
Nenhum dos dois exames têm 100% de precisão. Por isso, podem ser necessários exames complementares.
A biópsia é o único procedimento capaz de confirmar o câncer. A retirada de amostras de tecido da glândula para análise é feita com auxílio da ultrassonografia. Pode haver desconforto e presença de sangue na urina ou no sêmen nos dias seguintes ao procedimento, e há risco de infecção, o que é resolvido com o uso de antibióticos.
Outros exames de imagem também podem ser solicitados, como tomografia computadorizada, ressonância magnética e cintilografia óssea.
Para doença localizada (que só atingiu a próstata e não se espalhou para outros órgãos), cirurgia, radioterapia e atualmente até mesmo observação vigilante (em algumas situações especiais) podem ser oferecidos. Para doença localmente avançada, radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal têm sido utilizados. Para doença metastática (quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo), o tratamento mais indicado é a terapia hormonal, hoje temos inúmeras medicações liberados pela ANVISA.
A escolha do tratamento mais adequado deve ser individualizada e definida após médico e paciente discutirem os riscos e benefícios de cada um.
Não se sabe com segurança cientificamente comprovada como prevenir o câncer de próstata. Mas uma dieta adequada e bem balanceada associada a um estilo de vida saudável pode ser importante na proteção contra a doença.





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